Osias Chaves

Pará pode perder arquipélago do Marajó


Pará pode perder arquipélago do Marajó

O temor de que a realização do Plebiscito do dia 11 de dezembro possa servir de estopim para um amplo processo de fragmentação do Estado ainda não se concretizou. Nenhum parlamentar solicitou ainda o desarquivamento do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 2.419, de 2002, de autoria do ex-deputado Benedito Dias (PP-AP), que propõe a realização de outro plebiscito, desta vez para discutir a criação do Território Federal do Marajó.

O projeto arquivado defende que a população de todo o Estado do Pará se manifeste sobre o desmembramento dos municípios de Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Muaná, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista e Soure para criação de um território federal.

O Plebiscito que já foi aprovado, e que vai acontecer em 11 de dezembro, vai perguntar ao povo paraense se ele quer ou não criar os Estados do Carajás e Tapajós a partir do desmembramento do Pará. Caso seja “desenterrada” dos arquivos da Câmara, a proposta, ainda incipiente, de transformar a ilha de Marajó em território federal vai fragmentar ainda mais o Estado. O território abrigaria pouco mais de 480 mil habitantes, e seria “administrado” pelo Governo Federal, em Brasília.

Os que defendem a proposta, como a Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó (Amam), alegam que a emancipação da maior ilha fluvial do planeta tornaria viável a economia regional, sobretudo do ponto de vista da infraestrutura. No caso, os recursos para os municípios do território seriam repassados de maneira direta da União para os municípios do arquipélago sem o intermédio do governo do Pará. Pois isso teria um maior volume de verbas e facilitaria o desenvolvimento da região marajoara.


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